Your browser doesn't support javascript.
loading
Mostrar: 20 | 50 | 100
Resultados 1 - 20 de 4.661
Filtrar
1.
Psicol. USP ; 352024.
Artigo em Português | LILACS, Index Psicologia - Periódicos | ID: biblio-1538366

RESUMO

A arte e a literatura estão presentes de maneira significativa, tanto em Freud quanto em Lacan, entretanto elas se inscrevem de diferentes formas nas duas teorias, isso pode ser melhor observado quando os autores se debruçam sobre uma mesma obra, como Hamlet de William Shakespeare. Além desta, Macbeth é outro drama shakespeariano que interessará a Freud por conta da personagem de Lady Macbeth. Diante disso, o artigo analisou as interpretações de Freud acerca dessas duas tragédias shakespearianas, assim como as de Lacan sobre Hamlet, investigando algumas particularidades acerca de relações com a arte e com a literatura. Embora impliquem em interpretações diversas, essas obras reúnem elementos importantes e por vezes com um valor de exemplo paradigmático para reflexões no campo da psicanálise


Both Freud and in Lacan make extensive, albeit different, use of art and literature in their theories. This can be better observed when they focus on the same work, such as Hamlet and, in Freud's case, Macbeth by William Shakespeare. Thus, this article analysed Freud's readings of these two Shakespearean tragedies, as well as Lacan's analysis of Hamlet, investigating some particularities about their relations with art and literature. Despite differences in interpretation, these works bring together important elements valuable as a paradigmatic example of psychoanalytic reflections


Freud et Lacan font tout deux un usage intensive, mais différent, de l'art et la littérature dans leurs théories. Cela peut être mieux lorsque les auteurs se concentrent sur la même œuvre, comme Hamlet et, dans le cas de Freud, Macbeth de William Shakespeare. Cet article donc analyse la lecture de Freud de ces deux tragédies shakespeariennes, ainsi que l'analyse de Lacan sur Hamlet, en étudiant certaines particularités de leurs relations avec l'art et la littérature. Bien qu'ils impliquent des interprétations différentes, ces travaux rassemblent des éléments importants et ont parfois valeur d'exemple paradigmatique pour les réflexions psychanalytiques


El arte y la literatura están presentes de manera significativa, tanto en Freud como en Lacan, sin embargo se inscriben de diferentes formas en ambas teorías, esto se puede observar mejor cuando los autores se enfocan en una misma obra, como Hamlet de William Shakespeare. Además de esto, Macbeth es otro drama de Shakespeare que a Freud le interesará por el personaje de Lady Macbeth. Por tanto, el artículo analizó las interpretaciones de Freud sobre estas dos tragedias de Shakespeare, así como las interpretaciones de Lacan sobre Hamlet, investigando algunas particularidades sobre sus relaciones con el arte y la literatura. Aunque implican diferentes interpretaciones, estas obras reúnen elementos importantes y, en ocasiones, con el valor de un ejemplo paradigmático para las reflexiones en el campo del psicoanálisis


Assuntos
Arte , Interpretação Psicanalítica , Teoria Psicanalítica , Literatura
2.
Psicol. USP ; 352024.
Artigo em Português | LILACS, Index Psicologia - Periódicos | ID: biblio-1537759

RESUMO

Partindo de uma articulação entre a psicanálise e a fenomenologia de Merleau-Ponty, o objetivo deste artigo é traçar um caminho na psicanálise para uma noção de experiência. A experiência, seja pensada a partir de problemáticas levantadas pela psicanálise contemporânea, mais especificamente no que concerne aos estados limites, seja a partir da fenomenologia, não pertence a um sujeito, mas comporta uma abertura para o mundo. Com base em certas noções e interpretações de diferentes autores na psicanálise, buscam-se caminhos que permitam alcançar um deslocamento de uma posição idealista ou objetivista. Seguindo as indicações de Winnicott, três eixos são destacados como hipóteses centrais para definir a experiência: a corporeidade, o tempo e o sentido. Por fim, propõe-se um questionamento sobre a possibilidade de conceber a experiência como um conceito para a psicanálise contemporânea


By articulating psychoanalysis and Merleau-Ponty's phenomenology, this article traces a possible path towards a notion of experience. Experience, whether based on the problems raised by contemporary psychoanalysis (limit states) or on phenomenology, does not belong to a subject; rather, it includes an opening to the world. Based on certain notions and interpretations by different authors in psychoanalysis, we sought paths that allow a shift from an idealistic or objectivist position. Following Winnicott's propositions, we highlight three axes as central hypotheses to define experience: corporeality, time, and sense. Finally, we question whether experience can be conceived as a concept for contemporary psychoanalysis


En articulant la psychanalyse et la phénoménologie de Merleau-Ponty, cet article trace un chemin en psychanalyse vers une notion d'expérience. L'expérience, qu'elle soit fondée sur les problèmes soulevés par la psychanalyse contemporaine (états limites) ou sur la phénoménologie, n'appartient pas à un sujet, mais comporte une ouverture au monde. Basé sur certaines notions et interprétations de différents auteurs en psychanalyse, on cherche des voies permettant le passage d'une position idéaliste ou objectiviste. Suivant les propositions de Winnicott, trois axes sont mis en évidence comme hypothèses centrales pour définir l'expérience: la corporéité, le temps et le sens. Enfin, on discute de la possibilité de concevoir l'expérience comme un concept pour la psychanalyse contemporaine


Partiendo de una articulación entre el psicoanálisis y la fenomenología de Merleau-Ponty, el objetivo del artículo es trazar un posible camino en el psicoanálisis hacia una noción de experiencia. La experiencia, ya sea basada en los problemas planteados por el psicoanálisis contemporáneo, más específicamente con respecto a los estados límite, o basada en la fenomenología, no pertenece a un sujeto, sino que incluye una apertura al mundo. A partir de ciertas nociones e interpretaciones de diferentes autores en el psicoanálisis, buscamos formas que permitan lograr un cambio desde una posición idealista u objetivista. Siguiendo las indicaciones de Winnicott, se destacan tres ejes como hipótesis centrales para definir la experiencia: corporalidad, tiempo y sentido. Finalmente, se hace una pregunta sobre la posibilidad de concebir la experiencia como un concepto para el psicoanálisis contemporáneo


Assuntos
Filosofia , Psicanálise
3.
Psicol. USP ; 35: ee2000088, 2024.
Artigo em Português | LILACS, Index Psicologia - Periódicos | ID: biblio-1538126

RESUMO

Em um contexto clínico, existem diversos tipos de silêncio, próprios de cada análise e presentes de diferentes formas no processo analítico. Este artigo visa realizar uma revisão teórica a respeito do silêncio na literatura psicanalítica. Pretende, também, transitar por reflexões existentes na psicanálise acerca de um silêncio específico: silêncio com potência de movimento e função criadora no processo de análise. A partir da revisão realizada, percebe-se que o silêncio na clínica psicanalítica pode ser pensado a partir do silêncio do paciente, do analista ou em seu aspecto intersubjetivo, ou seja, relacional. A revisão da palavra "silêncio" na obra freudiana abre espaço para pensar a presença intrínseca, porém, coadjuvante, do silêncio na psicanálise desde suas origens. A pesquisa também possibilita ampliar o entendimento do silêncio para além de seu aspecto resistencial. Ilumina os aspectos produtivos e potentes desse conceito em psicanálise e no trabalho analítico


Silence presents many forms within a clinical context, specific to each case and presenting in different ways during the analytical process. This theoretical review of the psychoanalytic literature on silence seeks to push forward psychoanalysis reflections about silence imbued with the power of movement and a creative function. Silence in clinical psychoanalysis can be considered from the perspective of the patient, the analyst, or the relationship, i.e., its intersubjective aspect. A review of the word "silence" within Freud's work allows us to reflect on the intrinsic but supporting presence of silence in psychoanalysis since its origins , expanding the understanding of silence beyond resistance. It clarifies the productive and potent aspects of this concept in psychoanalysis and the analytical process


Le silence se présente sous de nombreuses formes dans un contexte clinique, spécifique à chaque cas et se manifestant de différentes manières au cours du processus analytique. Cette revue théorique de la littérature psychanalytique sur le silence cherche à parcourir les réflexions existantes en psychanalyse sur le silence doté de puissance de mouvement et de fonction créatrice. Le silence dans la clinique psychanalytique peut être conçu du point de vue du patient, de l'analyste ou de son aspect inter-subjectif, c'est-à-dire relationnel. Un examen du mot silence chez Freud nous permet de réfléchir à la présence intrinsèque, bien que secondaire, du silence au sein de la psychanalyse depuis ses origines, en élargissant la compréhension du silence au-delà de la résistance. Elle met également en évidence les aspects productifs et puissants du concept de silence en psychanalyse et dans le travail analytique


En un contexto clínico, existen varios tipos de silencio, específicos para cada análisis y presentes de diferentes maneras en el proceso analítico. Este artículo se propone realizar una revisión teórica sobre el silencio en la literatura psicoanalítica. También tiene como objetivo avanzar a través de las reflexiones existentes en el psicoanálisis sobre un silencio específico: el silencio con el poder del movimiento y la función creativa en el trabajo de análisis. De la revisión realizada, queda claro que el silencio en la clínica psicoanalítica puede pensarse desde el silencio del paciente, el analista o en su aspecto intersubjetivo, es decir, relacional. La revisión de la palabra silencio dentro del trabajo freudiano llevado a cabo en la investigación abre el espacio para pensar sobre la presencia intrínseca, pero de apoyo, del silencio dentro del psicoanálisis desde sus orígenes. La investigación también permite ampliar la comprensión del silencio más allá de su aspecto resistivo. Ilumina los aspectos productivos y potentes de este concepto en el psicoanálisis y el trabajo analítico


Assuntos
Psicanálise , Terapia Psicanalítica , Comunicação não Verbal/psicologia
4.
Psicol. Estud. (Online) ; 29: e55777, 2024.
Artigo em Português | LILACS, Index Psicologia - Periódicos | ID: biblio-1529194

RESUMO

RESUMO Este estudo teve por objetivo analisar o impacto do isolamento social decorrente da pandemia de Covid-19 sobre a vida familiar, com ênfase na vivência da maternidade e na relação com os filhos. Participaram 20 mães de camadas sociais médias, de 29 a 45 anos, que mantinham atividades laborais a distância e estavam em isolamento social. Foram realizadas entrevistas individuais em profundidade por meio digital. O material coletado foi transcrito e submetido à análise de conteúdo temática. Os resultados mostraram que as mudanças impostas pela pandemia impactaram diretamente a vida familiar, explicitando as desigualdades de gênero na organização da rotina, distribuição de tarefas domésticas e cuidados parentais. Observou-se uma relação ambivalente das mães com a maternidade e com seus imperativos sociais, que reverberam no vínculo que estabelecem com seus filhos. A análise revela que a sobrecarga emocional e física contribui para exacerbar sentimentos de culpa e solidão vivenciados na relação com a maternidade, além de evidenciar conflitos no desempenho dos papéis de mãe, esposa e profissional. As entrevistadas demonstraram exaustão com as demandas domésticas e de cuidados com os filhos, além de conflitos relacionados ao descompasso entre expectativas e padrões sociais que regulam o exercício da maternidade e suas experiências pessoais como mães. As conclusões sugerem a presença de uma crise identitária relacionada aos ideais sociais vinculados às vivências da maternidade, o que convida a pensar na urgência de se olhar para o sofrimento materno, buscando compreender as dimensões subjetivas das transformações que perpassam essa experiência na vigência do isolamento social.


RESUMEN El objetivo de este estudio fue analizar los efectos del aislamiento social resultante de la pandemia de COVID-19 en la vida familiar, con énfasis en la experiencia de la maternidad y la relación con los niños. Participaron 20 madres de estratos sociales medios, de 29 a 45 años de edad, que mantenían actividades laborales a distancia y se encontraban en aislamiento social. Se realizaron entrevistas individuales exhaustivas por medios digitales. El material recopilado se transcribió y se sometió a un análisis de contenido temático. Los resultados mostraron que los cambios impuestos por la pandemia afectaban directamente a la vida familiar, lo que explicaba las desigualdades de género en la organización rutinaria, la distribución de las tareas domésticas y el cuidado de los niños. Se observó una relación ambivalente entre las madres y la maternidad y sus imperativos sociales, que reverberaban en el vínculo que establecen con sus hijos. El análisis revela que la sobrecarga emocional y física contribuye a exacerbar los sentimientos de culpa y soledad experimentados en la relación con la maternidad, además de mostrar conflictos en el desempeño de los papeles de madre, esposa y profesional. Las mujeres entrevistadas mostraron agotamiento con las demandas domésticas y el cuidado de sus hijos, además de conflictos relacionados con el desajuste entre las expectativas y las normas sociales que regulan el ejercicio de la maternidad y sus experiencias personales como madres. Las conclusiones sugieren la presencia de una crisis de identidad ligada a los ideales sociales vinculados a las experiencias de la maternidad, lo que invita a pensar en la urgencia de mirar el sufrimiento materno, tratando de comprender las dimensiones subjetivas de las transformaciones en tiempos de aislamiento social.


ABSTRACT This study aimed to analyze the impacts of the social isolation resulting from the COVID-19 pandemic on family life, with emphasis on the experience of motherhood and the relationship with children. Twenty mothers from the middle social strata, from 29 to 45 years old, who kept working activities at a distance and were in social isolation, participated. In-depth individual interviews were conducted by digital means. The collected material was transcribed and submitted to thematic content analysis. The results showed that the changes imposed by the pandemic directly impacted family life, highlighting gender inequalities in routine organization, distribution of household tasks and parental care. An ambivalent relationship was observed between mothers and maternity and their social imperatives, which reverberated in the bond they establish with their children. The analysis reveals that emotional and physical burden contributes to exacerbate feelings of guilt and loneliness experienced in the relationship with motherhood, in addition to showing conflicts in the performance of the roles of mother, wife and professional. The women interviewed showed exhaustion with domestic and child care demands, in addition to conflicts related to the mismatch between expectations and social standards that regulate the exercise of motherhood and their personal experiences as mothers. The conclusions suggest the presence of an identity crisis due to the social ideals linked to the experiences of motherhood, which invites us to think about the urgency of looking at maternal suffering, seeking to understand the subjective dimensions of the transformations that this experience goes through in the times of social isolation.


Assuntos
Humanos , Feminino , Adulto , Isolamento Social/psicologia , Mulheres Trabalhadoras/psicologia , Quarentena/psicologia , COVID-19/psicologia , Mães/psicologia , Psicanálise , Estresse Fisiológico/fisiologia , Família/psicologia , Características da Família , Poder Familiar/psicologia , Cônjuges/psicologia , Emoções/fisiologia , Solidão/psicologia
5.
Estud. pesqui. psicol. (Impr.) ; 23(4): 1291-1310, dez. 2023.
Artigo em Português | LILACS, Index Psicologia - Periódicos | ID: biblio-1537955

RESUMO

Debatemos os rastros presentes na distopia de nossos laços sociais contemporâneos enquanto restos da colonialidade que sobrevivem em nossa cultura. Metodologicamente, recorremos a personagens do imaginário coletivo que interrogam o lugar do outro na cena social e na política. Compreendemos que os zumbis enquanto imagem mnêmica social trazem visibilidade às políticas de degradação do outro - sua dominação, seu extermínio, bem como da desmobilização política. A contextualização histórica e geográfica da origem e da construção desses personagens reforça a constatação da lógica colonizadora e escravagista ali presente, fundamentada nos modos de captura dos desejos, dos corpos e da vida dos sujeitos, culminando no efeito de obliteração das perspectivas de futuro. A figura do zumbi enquanto a lembrança encobridora do negro escravizado haitiano denuncia a desqualificação das lutas de libertação como nada mais que atos violentos de uma horda acéfala, bem como oferece a oportunidade de reinstituir a dignidade dos movimentos que visam à transformação social. Dentro de determinada perspectiva crítica, os zumbis passam a representar a imagem mnêmica social dos libertários que não cessam de lutar. Tornam-se a simbolização do impossível de governar; reagem ao destino certo da condição de mortos, recuperando a potência de construção de um comum na alteridade.


We discuss the traces present in the dystopia of our contemporary social ties as remnants of coloniality that survive in our culture. Methodologically, we resort to characters from the collective imaginary that question the place of the other in social and political scene. We understand that zombies as a social mnemic image bring visibility to the policies of degradation of the other­their domination, their extermination, as well as political demobilization. The historical and geographic contextualization of the origin and construction of these characters reinforces the presence of the colonizing and slavery logic there, based on the ways of capturing the subjects' desires, bodies and lives, culminating in the effect of obliterating the prospects for the future. The figure of the zombie as a screen-memory of the enslaved black-Haitian denounces the disqualification of liberation struggles as nothing more than violent acts by an acephalous horde, as well as offers the opportunity to bring back the dignity of movements that claims for social transformation. Within a certain critical perspective, the zombies come to represent the social mnemic image of libertarians who never stop fighting. They become the symbolization of the impossible to govern; they react to dead condition as a fate, recovering the power to build a common in otherness.


Discutimos los rastros presentes en la distopía de nuestros lazos sociales contemporáneos como restos de colonialidad que perviven en nuestra cultura. Metodológicamente, recurrimos a personajes del imaginario colectivo, que cuestionan el lugar del otro en la escena social y en la política. Entendemos que los zombis como imagen mnémica social visibilizan las políticas de degradación del otro - su dominación, su exterminio, así como la desmovilización política. La contextualización histórica y geográfica del origen y de construcción de estos personajes refuerza la constatación de la lógica colonizadora y esclavista allí presente, basada en los modos de captura de los deseos, cuerpos y vida de los sujetos, culminando en el efecto de obliteración de perspectivas futuras. La figura del zombi como recuerdo encubridor del negro haitiano esclavizado denuncia la descalificación de las luchas de liberación como nada más que actos violentos de una horda acéfala, además de ofrecer la oportunidad de restituir la dignidad de los movimientos que aspiran a la transformación social. Dentro de cierta perspectiva crítica, los zombis vienen a representar la imagen mnémica social de los libertarios que no cesan de luchar. Se convierten en la simbolización del imposible de gobernar; reaccionan ante el destino cierto de la condición de los muertos, recuperando la potencia de construir un común en la alteridad.


Assuntos
Psicanálise , Negro ou Afro-Americano , Colonialismo , Filmes Cinematográficos , Desumanização , Escravização
6.
Estud. pesqui. psicol. (Impr.) ; 23(4): 1311-1332, dez. 2023.
Artigo em Português | LILACS, Index Psicologia - Periódicos | ID: biblio-1537965

RESUMO

Este trabalho é um recorte de nossa pesquisa de mestrado, que se propôs a investigar, a partir de narrativas de mulheres negras, as percepções e significados de suas experiências enquanto mulheres, como também identificar os marcadores da diferença de suas vivências em torno da feminilidade e o que faz uma mulher negra experimentar a feminilidade de uma forma própria. Apoiamo-nos na perspectiva metodológica da pesquisa psicanalítica dos fenômenos sociais e políticos, por compreender que nossa questão advém de um impasse político-social, que foi examinado a partir da relação transferencial e da indissociabilidade entre teoria, clínica e pesquisa. Utilizamos o recurso de entrevistas enquanto instrumento para a produção do material de análise. Assim, entrevistamos três mulheres negras, convidadas a compartilhar suas histórias e experiências enquanto mulheres. A partir do debate teórico e do material levantado nas entrevistas, foi possível identificar as complexidades do processo de tornar-se mulher e negra, a partir dos marcadores difundidos no laço social, por possuir especificidades subjetivas. Para além disso, pensar no significado dos símbolos utilizados por mulheres negras e contar com uma outra mulher negra para apresentar esses elementos são direções que podem impactar a experiência da feminilidade dessas mulheres.


This work is part of our master's research, which has proposed to investigate, from narratives of black women, the perceptions and meanings of their experiences as women, as well as to identify the markers of the difference in their experiences around femininity and what makes a black woman experience femininity in her own way. We rely on the methodological perspective of psychoanalytic research on social and political phenomena, understanding that our issue stems from a political-social impasse, which has been examined from the transferential relationship and the inseparability between theory, clinic and research. We have used the interview resource as an instrument for the production of analysis material. Thus, we have interviewed three black women, which were invited to share their stories and experiences as women. From the theoretical debate and from the material that have raised in the interviews, it was possible to identify the complexities of the process of becoming woman and black, from the markers scattered through the social bond, as it has subjective specificities. Furthermore, thinking about the meaning of the symbols used by black women and relying on another black woman to present these elements are directions that can impact these women's experience of femininity.


Este trabajo forma parte de nuestra investigación de maestría, que se propuso indagar, a partir de narrativas de mujeres negras, las percepciones y significados de sus experiencias como mujeres, así como identificar los marcadores de la diferencia en sus experiencias en torno a la feminidad y que le permita experimentar la feminidad a su manera. Nos apoyamos en la perspectiva metodológica de la investigación psicoanalítica sobre los fenómenos sociales y políticos, entendiendo que nuestro problema surge de un impasse político-social, que fue examinado desde la relación transferencial y la inseparabilidad entre teoría, clínica e investigación. Utilizamos el recurso de la entrevista como instrumento para la producción de material de análisis. Así, entrevistamos a tres mujeres negras, invitadas a compartir sus historias y experiencias como mujeres. A partir del debate teórico y del material levantado en las entrevistas, fue posible identificar las complejidades del proceso de hacerse mujer y negra, a partir de los marcadores difundidos en el vínculo social, ya que tiene especificidades subjetivas. Además, pensar en el significado de los símbolos utilizados por las mujeres negras y confiar en otra mujer negra para presentar estos elementos son direcciones que pueden impactar la experiencia de la feminidad de estas mujeres.


Assuntos
Humanos , Feminino , Percepção , Psicanálise , Mulheres , População Negra , Feminilidade , Acontecimentos que Mudam a Vida
7.
Estud. pesqui. psicol. (Impr.) ; 23(4): 1193-1211, dez. 2023.
Artigo em Português | LILACS, Index Psicologia - Periódicos | ID: biblio-1537293

RESUMO

Quem pode falar no divã? Como a inscrição do sujeito e do sujeito do inconsciente em relações sociais de poder de classe, gênero, sexualidade, raça, idade, validade, limita o acesso a uma elaboração analítica? O reconhecimento da colonialidade, como efeito de dominação e lugar de enunciação que persiste além da colonização, tornou possível a emergência de novas formas subjetivas, culturais e epistêmicas, incentivando a psicanálise a escutar de outra forma. Este artigo propõe se debruçar sobre a incidência da raça e da branquitude na psicanálise a partir das epistemologias do posicionamento e da epistemologia da ignorância. No contexto social francês, enquanto uma parte crescente da população francesa experimenta diariamente a discriminação racial, essa é veementemente negada por uma maioria de político·as e pesquisadore·as, que recusam até o uso da palavra "raça". A partir dessa negação oficial do racismo sistémico pelo poder político e por uma maioria de estudos acadêmicos, o artigo tenta analisar a epistemologia da ignorância que prevalece na postura clínica e teórica de uma psicanálise maioritária. Trata-se de estudar a forma como uma ignorância branca provoca uma desescuta das questões de raça no divã, produz efeitos transferenciais de silenciamento, e nega vivências particulares em nome do universalismo.


Who can speak on the couch? How does the inscription of the subject and the subject of the unconscious in class, gender, sexuality, race, age and validity social power relations limit access to a psychoanalytical elaboration? The recognition of coloniality as an effect of domination and a locus of enunciation that persists beyond colonisation has made it possible for new subjective, cultural and epistemic forms to emerge, encouraging psychoanalysis to listen differently. This article looks at the impact of race and whiteness on psychoanalysis through the perspective of the Standpoint Epistemologies and the Epistemology of Ignorance. In the French social context, while a growing part of the French population experiences racial discrimination on a daily basis, it is vehemently denied by a majority of politicians and researchers, who refuse to even use the word "race". Starting from this official denial of systemic racism by the political establishment and a majority of academic studies, the article seeks to analyse the epistemology of ignorance that prevails in the clinical and theoretical stance of a majoritian psychoanalysis. The aim is to study the way in which white ignorance causes race issues to be non-listened to on the couch produces silencing transferential effects, and denies particular experiences in the name of universalism.


¿Quién puede hablar en el diván? ¿Cómo la inscripción del sujeto y del sujeto del inconsciente en las relaciones sociales de poder de clase, género, sexualidad, raza, edad, validez, limitan el acceso a una elaboración analítica? El reconocimiento de la colonialidad como un efecto de dominación y un lugar de enunciación que persiste más allá de la colonización ha posibilitado la emergencia de nuevas formas subjetivas, culturales y epistémicas, impulsionando al psicoanálisis a escuchar de otra manera. Este artículo examina el impacto de la raza y la blanquitud en el psicoanálisis desde la perspectiva de las epistemologías del posicionamiento y la epistemología de la ignorancia. En el contexto social francés, mientras que una parte creciente de la población francesa experimenta a diario la discriminación racial, ésta es negada con vehemencia por una mayoría de políticos/as e investigadores/as, que se niegan incluso a utilizar la palabra "raza". Partiendo de esta negación oficial del racismo sistémico por parte del poder político y de una mayoría de estudios académicos, el artículo intenta analizar la epistemología de la ignorancia que prevalece en la postura clínica y teórica de un psicoanálisis mayoritario. El objetivo es estudiar el modo en que la ignorancia blanca hace que las cuestiones raciales sean des-escuchadas en el diván, produce efectos transferenciales de silenciamiento y niega las experiencias particulares en nombre del universalismo.


Assuntos
Psicanálise , Grupos Raciais , Narcisismo
8.
Estud. pesqui. psicol. (Impr.) ; 23(4): 1333-1348, dez. 2023.
Artigo em Português | LILACS, Index Psicologia - Periódicos | ID: biblio-1537972

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo, a partir da experiência e do testemunho de um Coletivo de Mulheres, propor uma leitura do que nomeamos como o Real da violência por meio do ensino de Lacan e comentadores. Diferente do Real enquanto fundamento ausente ou falta-a-ser, o Real da violência se insere historicamente no dia a dia e na vida de determinados corpos brasileiros, precisamente os corpos negros, femininos e periféricos. Em vista do cenário de impasses socio-políticos do Brasil, mas também de potentes vozes e ações que têm surgido das comunidades atravessadas por estruturas de violência, a experiência do Coletivo ilustra o presente trabalho, a fim de demonstrar caminhos possíveis para um saber-fazer com esse Real ao qual seus filhos e a comunidade estão mais expostos. À luz de conceitos da Teoria Feminista, como, por exemplo, a noção de interseccionalidade e a categoria corpo-território, endossamos essa discussão que demanda à Psicanálise conversar com outros campos do saber. Empreitada que exige engajamento ético e político dos psicanalistas, em especial dos que exercem a práxis analítica no Brasil.


This work aims, through the experience and testimony of a Women's Collective, to propose a reading of what we call the Real of violence through the teaching of Lacan and commentators. Different from the Real as a foundation that is absent or lack-of-being, the Real of violence is historically inserted in the daily life and in the life of certain Brazilian bodies, precisely black, female and peripheral bodies. In view of the scenario of socio-political impasses in Brazil, but also of powerful voices and actions that have emerged from communities crossed by structures of violence, the Collective's experience illustrates the present work, in order to demonstrate possible paths for a know-how to deal with this Real to which their children and the community are more exposed. In the light of concepts from Feminist Theory, such as, for example, the notion of intersectionality and the body-territory category, we endorse this discussion that demands Psychoanalysis to converse with other fields of knowledge. An undertaking that demands ethical and political engagement from psychoanalysts, especially those who practice analytical praxis in Brazil.


Este trabajo pretende, a partir de la experiencia y testimonio de un Colectivo de Mujeres, proponer una lectura de lo que llamamos lo Real de la violencia a través del magisterio de Lacan y comentaristas. A diferencia de lo Real como fundamento ausente o falta-de-ser, lo Real de la violencia se inserta históricamente en el cotidiano y en la vida de ciertos cuerpos brasileños, precisamente negros, femeninos y los barrios marginales. Ante el escenario de impasses sociopolíticos en Brasil, pero también de voces y acciones poderosas que han emergido de comunidades atravesadas por estructuras de violencia, la experiencia del Colectivo ilustra el presente trabajo, con el fin de evidenciar posibles caminos para un saber hacer con este Real al que están más expuestos sus niños y la comunidad. A la luz de conceptos de la Teoría Feminista, como, por ejemplo, la noción de interseccionalidad y la categoría cuerpo-territorio, avalamos esta discusión que exige al Psicoanálisis hablar con otros campos del saber. Un emprendimiento que exige compromiso ético y político de los psicoanalistas, especialmente de aquellos que ejercen la práctica analítica en Brasil.


Assuntos
Humanos , Feminino , Psicanálise , Mulheres , Participação da Comunidade , Violência contra a Mulher , Acontecimentos que Mudam a Vida , Brasil , Feminismo , População Negra
9.
Estud. pesqui. psicol. (Impr.) ; 23(4): 1349-1364, dez. 2023.
Artigo em Português | LILACS, Index Psicologia - Periódicos | ID: biblio-1537974

RESUMO

O presente artigo possui o objetivo de, a partir de uma investigação teórica de textos sociais e psicanalíticos, analisar como a adolescência aparece, na modernidade, como um privilegiado produto político da colonização. Associamos à emergência dessa idade da vida, a biopolítica e a necropolítica, sendo a primeira um conceito de Michel Foucault e a segunda, de Achille Mbembe. Igualmente, analisamos como que o significante "adolescência" é interceptado por diferentes significados violentos, os quais deslocam-se inversamente e abaixo da cadeia de significantes, e que aprisionam os adolescentes em sentidos colonizadores, impondo-lhes um processo de destituição subjetiva. Recorremos às contribuições de Glória Anzaldúa e do psicanalista Jacques Lacan, para indicar uma outra identidade adolescente possível a qual prima pela proposição de novos significados e pelo deslocamento metonímico do significante, opondo-se àquela forjada pela colonização. Assim, indicamos como que a Psicanálise pode ser uma opção viável para a subversão da colonização da adolescência, privilegiando o sujeito e o desejo.


This article aims, from a theoretical investigation of social and psychoanalytical texts, to analyze how adolescence appears, in modernity, as a privileged political product of colonization. We associate biopolitics and necropolitics to the emergence of that age of life, the first being a concept by Michel Foucault and the second by Achille Mbembe. Likewise, we analyze how the signifier "adolescence" is intercepted by different violent signifieds, which move inversely and down the chain of signifiers, and which imprison adolescents in colonizing senses, imposing a process of subjective destitution on them. We resorted to the contributions of Glória Anzaldúa and the psychoanalyst Jacques Lacan, to indicate another possible adolescent identity which excels in proposing new signifieds and in the metonymic displacement of the signifier, opposing the identities forged by colonization. Thus, we indicate how Psychoanalysis can be a viable option for the subversion of the colonization of adolescence, privileging the subject and desire.


Este artículo tiene como objetivo, a partir de una investigación teórica de textos sociales y psicoanalíticos, analizar cómo la adolescencia aparece, en la modernidad, como un producto político privilegiado de la colonización. Asociamos la biopolítica y la necropolítica al surgimiento de esa edad de la vida, siendo la primera un concepto de Michel Foucault y la segunda de Achille Mbembe. Asimismo, analizamos cómo el significante "adolescencia" es interceptado por diferentes significados violentos, que se mueven en sentido inverso y descendente en la cadena de los significantes, y que aprisionan a los adolescentes en sentidos colonizadores, imponiéndoles un proceso de destitución subjetiva. Recurrimos a los aportes de Glória Anzaldúa y del psicoanalista Jacques Lacan, para señalar otra posible identidad adolescente que sobresale en la propuesta de nuevos significados y en el desplazamiento metonímico del significante, contraponiéndose a las identidades forjadas por la colonización. Así, indicamos cómo el Psicoanálisis puede ser una opción viable para la subversión de la colonización de la adolescencia, privilegiando el sujeto y el deseo.


Assuntos
Humanos , Adolescente , Política , Psicanálise , Violência
10.
Estud. pesqui. psicol. (Impr.) ; 23(4): 1365-1383, dez. 2023.
Artigo em Português | LILACS, Index Psicologia - Periódicos | ID: biblio-1537977

RESUMO

Este artigo tem como objetivo analisar a relação entre os conceitos de necropolítica, proposto por Achille Mbembe, e de unheimlich, desenvolvido por Sigmund Freud. Por meio dessa possibilidade de intersecção, coloca-se em análise a situação enfrentada pelos Yanomami no norte do Brasil, na qual diversos indígenas tiveram suas terras invadidas e seus direitos violados, levando-os a uma grave crise sanitária. A presença de uma lógica de gestão necropolítica, na qual corpos que não interessam ao Estado são deixados à margem, coloca em risco populações que não são incluídas no discurso hegemônico neoliberal. No encontro deste discurso com o estranho, pode-se inferir que é produzida uma experiência unheimlich, um deparar-se com o que há de mais incômodo e ao mesmo tempo familiar à sociedade. Reconhecer-se na diferença que há no outro cria um escape pela via da eliminação, faz-se desse corpo o inimigo e, assim, cria-se o respaldo para tirá-lo de cena. Desse modo, esta investigação destaca a necessidade de repensarmos as vias existentes para lidar com a diferença, isto porque, construir uma sociedade em detrimento de determinados grupos que a compõem é destruir também a si mesma.


This article aims to analyze the relationship between the concepts of necropolitics, proposed by Achille Mbembe, and unheimlich, developed by Sigmund Freud. Through this possibility of intersection, the situation faced by the Yanomami in northern Brazil can be analyzed, in which several indigenous people had their lands invaded and their rights violated, leading them to a serious health crisis. The presence of a necropolitical management logic, in which bodies that are not of interest to the State are left on the sidelines, puts populations that are not included in the hegemonic neoliberal discourse at risk. In the encounter between this discourse and the stranger, it can be inferred that an unheimlich experience is produced, an encounter with what is most uncomfortable and at the same time familiar to society. Recognizing oneself in the difference that exists in the other creates an escape through elimination, this body is made the enemy and, thus, the support is created to remove it from the scene. Furthermore, this investigation highlights the need to rethink existing ways of dealing with difference, because building a society to the detriment of certain groups that compose it is also destroying itself.


Este artículo tiene como objetivo analizar la relación entre los conceptos de necropolítica, propuesto por Achille Mbembe, y unheimlich, desarrollado por Sigmund Freud. A través de esta posibilidad de cruce, es un ejemplo la situación que enfrentan los yanomami en el norte de Brasil, en la que varios indígenas vieron sus tierras invadidas y violados sus derechos, llevándolos a una grave crisis de salud. La presencia de una lógica de gestión necropolítica, en la que se dejan al margen cuerpos que no interesan al Estado, pone en riesgo a poblaciones que no están incluidas en el discurso neoliberal hegemónico. En el encuentro de este discurso con el extraño se puede inferir que se produce una experiencia unheimlich, un encuentro con lo más incómodo ya la vez familiar para la sociedad. Reconocerse en la diferencia que existe en el otro crea una evasión por eliminación, se hace de este cuerpo el enemigo y, así, se crea el soporte para sacarlo de escena. Así, esta investigación destaca la necesidad de repensar las formas existentes de enfrentar la diferencia, porque construir una sociedad en detrimento de ciertos grupos que la componen es también destruirse a sí misma.


Assuntos
Humanos , Política , Psicanálise , Violência , Povos Indígenas
11.
Psicol. rev ; 32(2): 459-484, 31/12/2023.
Artigo em Português | LILACS, Index Psicologia - Periódicos | ID: biblio-1552655

RESUMO

A polícia brasileira já foi considerada a mais letal e frequentemente alveja jovens negros marginalizados (Araújo, 2015). As mães desses indivíduos perdem seus filhos precocemente de maneira abrupta e violenta. Para muitas mães a perda de um filho constitui a maior do mundo, o que torna relevante questionar: como a perda de um filho pela violência policial repercute no enlutamento materno? Foram encontrados poucos estudos sobre o tema, apesar de sua prevalência e dos impactos negativos permanentes na vida dessas mães (Gomes, 2019). Por meio de uma revisão bibliográfica não sistemática sobre o tema do luto e das perdas violentas, e com base em depoimentos publicizados de mães que perderam seus filhos pela violência policial, focalizamos como a psicanálise tem um importante papel na escuta dessas mulheres, que podem traçar diferentes caminhos de trabalho psíquico. Como resultado, vimos que a perda de um filho possui caráter traumático e nela se destaca a natureza narcísica da relação mãe-filho, rompida abruptamente pela morte. Este estudo oferece algumas contribuições para o entendimento desse sofrimento e para a escuta dessas mulheres, que, como muitas se autodenominam, são "mães sem nome". (AU)


Brazilian police were once considered the most lethal and often target marginalized young black men (Araújo, 2015). The mothers of these individuals lose their children early in an abrupt and violent manner. To many mothers, the loss of a child is the biggest one in the world, which makes it relevant to ask: How does the loss of a child to police violence affect maternal mourning? Few studies have been found on the topic, despite its prevalence and the permanent negative impacts on the lives of these mothers (Gomes, 2019). Through a non-systematic literature review on the theme of grief and violent loss, and based on publicized testimonials of mothers who have lost their children to police violence, we focused on how psychoanalysis has an important role in listening to these women, who can trace different paths of psychic work. As a result, we concluded that the loss of a child has a traumatic issue, and the narcissistic nature of the mother-child relationship, abruptly broken by death, stands out. This study offers some contributions to the understanding of this suffering and to the listening of these women, who, as many call themselves, "mothers without a name". (AU)


La policía brasileña fue considerada la más letal y frecuentemente ataca a los jóvenes negros marginados (Araújo, 2015). Las madres de estas personas pierden a sus hijos tempranamente de forma abrupta y violenta. Para muchas madres, la pérdida de un hijo es la mayor del mundo, lo que hace pertinente preguntarse: ¿cómo la pérdida de un hijo por la violencia policial afecta al duelo materno? Se encontraron pocos estudios sobre este tema, a pesar de su prevalencia y de los impactos negativos permanentes en la vida de estas madres (Gomes, 2019). Mediante una revisión bibliográfica no sistemática sobre el tema del duelo y de las pérdidas violentas, y a partir de testimonios difundidos de madres que perdieron a sus hijos por la violencia policial, nos centramos en cómo el psicoanálisis tiene un papel importante en la escucha de estas mujeres, que pueden trazar diferentes caminos de trabajo psíquico. Como resultado, vimos que la pérdida de un hijo tiene carácter traumático y destaca la naturaleza narcisista de la relación madre-hijo, rota abruptamente por la muerte. Este estudio ofrece algunas contribuciones a la comprensión de este sufrimiento y a la escucha de estas mujeres que, como muchas se autode-nominan, son "madres sin nombre". (AU)


Assuntos
Humanos , Feminino , Psicanálise , Luto , Mães/psicologia , Violência , Brasil , Polícia , Racismo , Narcisismo
12.
Estud. pesqui. psicol. (Impr.) ; 23(4): 1445-1465, dez. 2023.
Artigo em Português | LILACS, Index Psicologia - Periódicos | ID: biblio-1537987

RESUMO

Este texto trabalha as instâncias da verdade e da história, nas suas relações com a ficção. As condições singulares de cada uma dessas três instâncias encontram pontos de convergência em um campo mais pragmático quando pensadas as suas incidências no plano de imanência do Mestre, personagem conceitual que em algumas formulações lacanianas é representado pelo termo S1 - em uma tentativa de aludir à função do significante que ocupa a posição de primeiro em relação a uma cadeia de significantes que o sucede. Por um método investigativo bibliográfico, fazemos permanecer a questão: podemos oferecer aportes e vias epistêmicas alternativos para uma prática conceitual e clínica psicanalítica que suponha este Mestre, S1, enquanto produção em um só-depois? Faz-se uma segunda interpelação: quais são as potencialidades de uma retomada do corpo conceitual psicanalítico desde a conexão com estudos sobre gênero, colonialidade e relações raciais - y como tal conexão pode oferecer desvios felizes a este campo de pensamento?


This text intertwines the instances of truth, history and fiction. The unique conditions of each of these three instances converge in a more pragmatic field when considering their impact on the plane of immanence of the Master, a conceptual character that in some Lacanian formulations is represented by the term S1 - in an attempt to allude to the function of a precedent signifier related to a chain of signifiers that follows it. Through a bibliographical investigative method, we sustain the question: can we conceive alternative epistemologies for the conceptual and clinical practice of a psychoanalysis that assumes this Master, S1, as a production in an après-coup? Inherently, a second question arises: what are the potentialities of reclaiming a conceptual psychoanalytical corpus from the connection with studies on gender, coloniality and racial relations - and how this operation can offer optimal deviations to the field of psychoanalytic thought?


Este texto trabaja las relaciones entre las instancias de la verdad, de la historia y sus relaciones con la ficción. Las condiciones sigulares de cada una de estas tres instancias encuentran puntos de convergencia en un campo más pragmático al considerar su incidencia en el plano de inmanencia del Amo, carácter conceptual que en algunas formulaciones lacanianas se representa con el término S1 - en un intento de aludir a la función del significante que ocupa la posición de primero en relación a una cadena de significantes siguientes. A través de un método investigativo bibliográfico, hacemos con que permanezca la cuestión: ¿podemos ofrecer epistemologías alternativas para la práctica conceptual y clínica de un psicoanálisis que asuma este Amo, S1, como producción en un après-coup? Paralelamente, surge una segunda interpelación: ¿cuáles son las potencialidades de una recuperación del cuerpo conceptual psicoanalítico a partir de la conexión con los estudios sobre género, colonialidad y relaciones raciales - y cómo esta conección puede ofrecer desviaciones positivas al campo del pensamiento psicoanalítico?


Assuntos
Política , Psicanálise
13.
Estud. pesqui. psicol. (Impr.) ; 23(4): 1384-1404, dez. 2023.
Artigo em Português | LILACS, Index Psicologia - Periódicos | ID: biblio-1537983

RESUMO

A identidade é um tema de grande relevância política e social na atualidade, seja quando tratamos de movimentos minoritários que buscam reconhecimento e direitos, seja pelo crescimento de movimentos reacionários que se fundam em identidades que excluem a diferença e promovem comportamentos sociais hostis a sujeitos alterizados. No campo psicanalítico, por vezes, se trata a questão identitária como alheia às nossas discussões, utilizando-se o argumento de que trabalhamos com identificações em vez de identidades e encerrando-se, apressadamente, o debate. Com este artigo, pretendemos afirmar a importância do tema da identidade para a psicanálise e discutir, junto aos estudos decoloniais, maneiras de pensar a questão que levem em conta os seus aspectos problemáticos e, ao mesmo tempo, coloquem em evidência modos de relação com as identidades que se direcionam para a relacionalidade e para o enfrentamento dos mecanismos de dominação do mundo contemporâneo. Buscamos, para tanto, tocar nas especificidades dos processos identitários nos contextos marcados pelos efeitos da colonialidade do poder e investigar como as obras freudiana e lacaniana podem fornecer caminhos para pensar a identidade de acordo com o direcionamento proposto por este estudo.


Identity is a highly relevant political and social theme in contemporary times, whether we are discussing minority movements seeking recognition and rights, or the growth of reactionary movements that are founded on identities that exclude difference and promote social behaviors hostile to marginalized subjects. In the psychoanalytic field, the issue of identity is sometimes treated as irrelevant to our discussions, using the argument that we work with identifications instead of identities and hastily ending the debate. With this article, we intend to assert the importance of the theme of identity for psychoanalysis and discuss, together with decolonial studies, ways of thinking about the issue that take into account its problematic aspects while highlighting modes of relationship with identities that are directed towards relationality and confronting the mechanisms of domination in the contemporary world. To this end, we aim to touch on the specificities of identity processes in contexts marked by the effects of the coloniality of power and to investigate how the works of Freud and Lacan can provide pathways for thinking about identity in accordance with the direction proposed by this study.


La identidad es un tema de gran relevancia política y social en la actualidad, ya sea cuando tratamos de movimientos minoritarios que buscan reconocimiento y derechos, o por el crecimiento de movimientos reaccionarios que se basan en identidades que excluyen la diferencia y promueven comportamientos sociales hostiles hacia sujetos alterizados. En el campo psicoanalítico, a veces se trata la cuestión de la identidad como ajena a nuestras discusiones, utilizando el argumento de que trabajamos con identificaciones en lugar de identidades y cerrando el debate precipitadamente. Con este artículo, pretendemos afirmar la importancia del tema de la identidad para el psicoanálisis y discutir, junto con los estudios decoloniales, maneras de pensar la cuestión que tengan en cuenta sus aspectos problemáticos y, al mismo tiempo, pongan en evidencia modos de relación con las identidades que se dirigen hacia la relacionalidad y hacia el enfrentamiento de los mecanismos de dominación del mundo contemporáneo. Buscamos abordar las especificidades de los procesos identitarios en los contextos marcados por los efectos de la colonialidad del poder e investigar cómo las obras freudiana y lacaniana pueden proporcionar caminos para pensar la identidad de acuerdo con la orientación propuesta por este estudio.


Assuntos
Psicanálise , Identificação Social , Colonialismo
14.
Estud. pesqui. psicol. (Impr.) ; 23(4): 1405-1426, dez. 2023.
Artigo em Português | LILACS, Index Psicologia - Periódicos | ID: biblio-1537985

RESUMO

Esse artigo tem como objetivo propor algumas reflexões sobre a psicanálise e a obra de Frantz Fanon, tomando como inquietação inicial um conjunto de cartas publicadas por psicanalistas na França sobre o tema da decolonialidade. Em um primeiro momento, detalhamos de forma breve o teor da discussão francesa, o conteúdo das cartas e alguns dos seus variados efeitos, assim como parte do contexto francês em que o debate se inicia. Partindo em seguida para um desenvolvimento sobre algumas das elaborações fanonianas sobre o tema da identidade, do humanismo e do universalismo - conceitos densamente presentes no debate francês. Na sequência, enfocamos alguns dos modos como a psicanálise aparece na obra desse autor, a fim de destacar algumas das questões que consideramos fundamentais de serem observadas em seus escritos, e em conjunto das discussões sobre decolonialidade e psicanálise. Dessa maneira, busca-se, a partir de nossa produção, tensionar e colaborar para o debate das possíveis contribuições da teoria de Fanon para o campo psicanalítico.


This article aims to propose some reflections on psychoanalysis and the work of Frantz Fanon, starting with an initial concern regarding a set of letters published by psychoanalysts in France on the topic of decoloniality. In the first part, we briefly outline the content of the french discussion, the contents of the letters and some of their various effects, as well as part of the french context in which the debate begins. Moving on to a discussion of some of Fanon's elaborations on the themes of identity, humanism, and universalism - wich are concepts densely present in french debate. We then advance to examine some of the ways psychoanalysis appears in Fanon's work, aiming to highlight some of the issues we consider fundamental to be observed in his writings, in conjunction with discussions on decoloniality and psychoanalysis. Through our production, we seek to engage and contribute to the debate on the potential contributions of Fanon's theory to the field of psychoanalysis.


Este artículo tiene como objetivo proponer algunas reflexiones sobre el psicoanálisis y la obra de Frantz Fanon, partiendo de una preocupación inicial en torno a un conjunto de cartas publicadas por psicoanalistas en Francia sobre el tema de la descolonización. En la primera parte, delineamos brevemente el contenido de la discusión francesa, el contenido de las cartas y algunos de sus diversos efectos, así como parte del contexto francés en el que comienza el debate. Luego, pasamos a discutir algunas de las elaboraciones de Fanon sobre los temas de identidad, humanismo y universalismo, conceptos densamente presentes en el debate francés. Avanzamos luego para examinar algunas de las formas en que el psicoanálisis aparece en la obra de Fanon, con el objetivo de resaltar algunos de los problemas que consideramos fundamentales para ser observados en sus escritos, en conjunto con las discusiones sobre descolonización y psicoanálisis. A través de nuestra producción, buscamos participar y contribuir al debate sobre las posibles contribuciones de la teoría de Fanon al campo del psicoanálisis.


Assuntos
Psicanálise , Relações Raciais , Colonialismo , População Negra , Racismo , Fatores Raciais
15.
Estud. pesqui. psicol. (Impr.) ; 23(4): 1427-1444, dez. 2023.
Artigo em Português | LILACS, Index Psicologia - Periódicos | ID: biblio-1537986

RESUMO

A partir do reconhecimento de uma situação original de desamparo e dependência do outro a qual a criança está estruturalmente submetida, pontua-se que o apaziguamento da fome - considerado uma necessidade fundamental - culmina na consolidação da alteridade como lugar de referência e endereçamento, na erogeneização do corpo próprio, na constituição do Eu e na potencialização do devir do desejo. Logo, a fome e o fracasso do apelo ao outro são experiências potencialmente traumáticas, que produzem vulnerabilidades sociais e psíquicas graves e duradouras. Entende-se que as frustrações das expectativas de saciedade da fome, sobretudo na infância, produzem uma espécie de dor moral, correlata à fragilização da confiança no outro. Com Josué de Castro, reforça-se o aspecto político inarredável da fome, que se amalgama a suas implicações psíquicas e físicas. Com o médico e escritor pernambucano, sublinha-se a existência de uma intenção histórica do Estado brasileiro de ignorar, desmentir e até mesmo provocar a fome. É lembrado que, como um arguto leitor de Freud, o autor faz uso da teoria pulsional psicanalítica como operador conceitual para pensar a fome. Na esteira da contribuição de Castro, Ferenczi é trazido à baila a fim de fundamentar o caráter intencional e político do trauma da fome.


From the recognition of an original situation of helplessness and dependence on the other to which the child is structurally subjected, it is pointed out that the appeasement of hunger - considered a fundamental need - culminates in the consolidation of alterity as a place of reference and addressing, in the erogenization of the own body, the constitution of the Self, and the potentialization of desire's becoming. Therefore, hunger and the failure of the appeal to the other are potentially traumatic experiences that produce serious and lasting social and psychological vulnerabilities. Thence, frustrating the expectations of hunger's satiety, especially in childhood, produce a kind of moral pain, which is correlated to the weakening of trust the other. With Josué de Castro, the inescapable political aspect of hunger, which is merged with its psychological and physical implications, is reinforced. From his ideas, the existence of a historical intention of the Brazilian state to ignore, deny, and even provoke hunger is emphasized. As a keen reader of Freud, the author uses psychoanalytic drive theory as a conceptual operator to think about hunger. Following Castro's contribution, Ferenczi is brought up to support the intentional and political nature of hunger trauma.


A partir del reconocimiento de una situación original de desamparo y dependencia del otro a la que el niño está estructuralmente sometido, se señala que el apaciguamiento del hambre - considerada una necesidad fundamental - culmina en la consolidación de la alteridad como lugar de referencia y direccionamiento, la erogeneización del cuerpo propio, la constitución del Yo y la potencialización del devenir del deseo. Entonces, el hambre y el fracaso del llamado al otro son experiencias potencialmente traumáticas que producen vulnerabilidades sociales y psicológicas graves y duraderas. Las frustraciones de las expectativas de saciedad del hambre, especialmente en la infancia, origina un dolor moral, correlacionado con el debilitamiento de la confianza en el otro. Con Josué de Castro, se refuerza el aspecto político ineludible del hambre, que se amalgama a sus implicaciones psicológicas y físicas. Con el escritor brasileño, se enfatiza la existencia de una intención histórica del Estado brasileño de ignorar, negar e incluso provocar el hambre. Se recuerda que, como lector perspicaz de Freud, el autor utiliza la teoría pulsional psicoanalítica como operador conceptual para pensar en el hambre. Siguiendo la contribución de Castro, Ferenczi se pone de relieve para respaldar la naturaleza intencional y política del trauma del hambre.


Assuntos
Política , Psicanálise , Fome , Angústia Psicológica , Acontecimentos que Mudam a Vida
16.
Estud. pesqui. psicol. (Impr.) ; 23(4): 1212-1232, dez. 2023.
Artigo em Português | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1537932

RESUMO

Este artigo propõe articulações entre as estruturas coloniais de incidência do racismo e do sexismo no laço social e suas vias de inscrição no inconsciente e no corpo. Partimos de um debate sobre o enquadre colonial da subjetividade e de questões levantadas por Frantz Fanon acerca do modo como o racismo se conecta com a lógica fálica do complexo de Édipo para avaliar sua validade em relação à realidade de povos colonizados. Retomamos formulações freudianas e lacanianas úteis para abordar essa encruzilhada, a partir dos caminhos apontados por Lélia Gonzalez ao discutir as subversões operadas pela mulher negra diante do racismo e do sexismo no contexto brasileiro. Com base em alguns fragmentos clínicos, sustentamos que uma abordagem clínica da perspectiva interseccional antecipada por Lélia Gonzalez demanda uma tomada dialética das relações entre estrutura e história, entre o coletivo e o singular e entre o inconsciente colonizado e o resto que escapa e subverte as relações de dominação.


This article proposes articulations between the colonial structures of incidence of the racism and sexism in the social bond and their ways of inscription in the unconscious and in the body. Starting from a debate about the colonial framework of subjectivity and from questions raised by Frantz Fanon about how the racism connects with the phallic logic of the Oedipus complex to assess its validity in relation to the reality of colonized peoples. We return to useful Freudian and Lacanian formulations to address this crossroads, based on the paths pointed out by Lélia Gonzalez when discussing the subversions operated by black women in the face of racism and sexism in the Brazilian context. Based on some clinical fragments, we argue that a clinical approach to the intersectional perspective anticipated by Lélia Gonzalez demands a dialectical approach to the relations between structure and history, between the collective and the singular, and between the colonized unconscious and the rest that escapes and subverts the relations of domination.


Este artículo propone articulaciones entre las estructuras coloniales de incidencia del racismo y del sexismo en el lazo social y sus formas de inscripción en el inconsciente y en el cuerpo. Partimos de un debate sobre el marco colonial de la subjetividad y de las preguntas planteadas por Frantz Fanon sobre la forma en que el racismo se relaciona con la lógica fálica del complejo de Edipo para evaluar su validez con relación a la realidad de los pueblos colonizados. Retomamos formulaciones freudianas y lacanianas útiles para abordar esta encrucijada, a partir de los caminos señalados por Lélia González al discutir las subversiones operadas por las mujeres negras frente al racismo y al sexismo en el contexto brasileño. En función de algunos fragmentos clínicos, sostenemos que una aproximación clínica de la perspectiva interseccional, anticipada por Lélia González, exige un abordaje dialéctico de las relaciones entre estructura e historia, entre lo colectivo y lo singular y entre el inconsciente colonizado y el resto que escapa y subvierte las relaciones de dominación.

17.
Estud. pesqui. psicol. (Impr.) ; 23(4): 1255-1270, dez. 2023.
Artigo em Português | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1537936

RESUMO

Neste artigo, são percorridas algumas indicações feitas por Jacques Lacan sobre a função da superfície e da importância do traço para pensar topologicamente a identificação. Em seguida, a direção dada pelo autor para pensarmos a identificação - especialmente acerca da importância da superfície e da nomeação pelo Outro - é articulada com questões que têm sido discutidas no âmbito das relações raciais no Brasil, trazendo as contribuições de autores do campo das relações raciais como Stuart Hall, Frantz Fanon e Lélia Gonzalez. Situando o campo discursivo sobre as identidades raciais em um contexto nacional marcado, desde a primeira metade do século XX até os dias atuais, pela proposição e pela manutenção do mito da democracia racial por parte considerável da intelectualidade brasileira (branca), são recuperadas questões presentes no trabalho de Lacan para pensar como as identificações são atravessadas pela raça hoje, bem como para indagar discursos que têm desqualificado tais debates nos campos políticos e teóricos. Nas considerações finais, são apontadas algumas implicações dessa discussão para o exercício da clínica psicanalítica.


This article explores specific insights provided by Jacques Lacan regarding the role of surface and the relevance of trace in a topological understanding of identification. Subsequently, the study aligns Lacan's perspective on identification - particularly emphasizing the importance of surface and the Other's act of naming - with pertinent issues to Brazil's racial dynamics. It embodies insights from race relations' scholars such as Stuart Hall, Frantz Fanon, and Lélia Gonzalez. Placing the discourse on racial identities within the national context of Brazil, which has been shaped by the persistent myth of racial democracy propagated by a significant portion of the white Brazilian intellectual sphere from the mid-20th century to the present, this article retrieves Lacanian concepts to realize how contemporary identifications intersect with race. It also investigates discourses that have marginalized these discussions in both political and theoretical realms. In its final considerations, the article underscores the implications of this discourse for psychoanalytic clinical practice.


En este artículo se exploran algunas indicaciones hechas por Jacques Lacan sobre la función de la superficie y la importancia de la traza para abordar topológicamente la identificación. Luego, se conecta la dirección proporcionada por el autor para reflexionar sobre la identificación, especialmente en relación con la importancia de la superficie y la nominación por el Otro, con cuestiones que han sido discutidas en el ámbito de las relaciones raciales en Brasil, incorporando las contribuciones de autores en el campo de las relaciones raciales como Stuart Hall, Frantz Fanon y Lélia Gonzalez. Al situar el campo discursivo sobre las identidades raciales en un contexto nacional marcado desde la primera mitad del siglo XX hasta la actualidad por la proposición y el mantenimiento del mito de la democracia racial por una parte significativa de la intelectualidad brasileña (blanca), se retoman aspectos presentes en el trabajo de Lacan para analizar cómo las identificaciones son atravesadas por la raza en la actualidad, así como para investigar discursos que han descalificado tales debates en los ámbitos político y teórico. En las consideraciones finales, se señalan algunas implicaciones de esta discusión para el ejercicio de la clínica psicoanalítica.

18.
Estud. pesqui. psicol. (Impr.) ; 23(4): 1466-1485, dez. 2023.
Artigo em Português | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1538189

RESUMO

O artigo desponta da construção de um amplo panorama que localiza afinidades estruturais e tensões problemáticas entre a psicanálise e os coletivos. Nossa revisão de literatura, sobre psicanálise e política, discerne o valor da análise do psicanalista na sustentação da tarefa de subversões políticas do divã às praças públicas. Na sequência, pensamos as repercussões da política da psicanálise frente aos debates que envolvem neurodiversidade/autismo, cientificismo psicoterápico e capitalismo. Pretendemos criticar uma versão alienante da política, versão protagonista dos diferentes temas que abordamos e veiculada pelo agente na função do semblante - a lei, o saber-todo ou o indivíduo hedonista servo de seus mais-de-gozar (discurso capitalista). Na contrapartida dessa versão, está a prática advinda de um Judeu - ou seja, de um corpo que viveu os efeitos do racismo dos discursos, antes mesmo da ascensão do Nazismo - e elaborada através da escuta de algo amordaçado na potencialidade da sexualidade feminina. A partir de tais fatos, argumentamos uma crucial chave de leitura à psicanálise nos conflitos políticos: interrogar a subjetividade de quem psicanalisa. Resultando no questionamento de modalizações conservadoras que marcaram a história da clínica psicanalítica e ainda ressoam no fazer teórico-prático.


The article emerges from the construction of a large panorama that locates structural affinities and problematic tensions between psychoanalysis and collectives. Our literature review on Psychoanalysis and Politics discerns the value of the psychoanalyst's analysis in sustaining the task of political subversions from the divan to the public space. In the sequence, we consider the repercussions of the politics of psychoanalysis in the face of debates involving neurodiversity/autism, psychotherapeutic scientificism and capitalism. We intend to criticize an alienating version of politics, a version that is the protagonist of the different themes we approach and which is conveyed by the agent in the function of the semblant - the law, the all-knowing or the hedonistic individual who is the servant of his own surplus-jouissance (capitalist discourse). The counterpart to this version is the practice coming from a Jew - that is, from a body that lived the effects of the racism of discourses, even before the rise of Nazism - and elaborated by listening to something muzzled in the potentiality of female sexuality. Based on these facts, we argue that there is a crucial key to psychoanalysis in political conflicts: questioning the subjectivity of those who psychoanalyze. This results in the questioning of conservative modalizations that have marked the history of the psychoanalytic clinic and still resonate in the doing of theoretical-practical.


El artículo surge de la construcción de un amplio panorama que localiza afinidades estructurales y tensiones problemáticas entre el psicoanálisis y los colectivos. Nuestra revisión bibliográfica, sobre Psicoanálisis y Política, discute el valor del análisis del psicoanalista para sostener la tarea de subversiones políticas del diván a las plazas públicas. En seguida, pensamos en las repercusiones de la política del psicoanálisis frente a los debates sobre neurodiversidad/autismo, cientificismo psicoterapéutico y capitalismo. Pretendemos criticar una versión alienante de la política, una versión que protagoniza en los diferentes temas que abordamos y que es vehiculada por el agente en el papel del semblante - la ley, el saber-todo o el individuo hedonista siervo de su propio más-de-gozar (discurso capitalista). En la contrapartida de esta versión está la práctica proveniente de un judío - es decir, de un cuerpo que vivió los efectos del racismo de los discursos, incluso antes del ascenso del nazismo - y elaborada al escuchar algo amordazado en la potencialidad de la sexualidad femenina. A partir de estos hechos, sostenemos que hay una clave de lectura crucial del psicoanálisis en los conflictos políticos: cuestionar la subjetividad de quienes psicoanalizan. Esto resulta en el cuestionamiento de las modalidades conservadoras que han marcado la historia de la clínica psicoanalítica y aún resuenan en el hacer teórico-práctico.

19.
Estud. pesqui. psicol. (Impr.) ; 23(4): 1506-1521, dez. 2023.
Artigo em Português | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1538192

RESUMO

O advento das biotecnologias no mundo contemporâneo, em particular das Novas Tecnologias Reprodutivas (NTR's), liberando a sexualidade dos antigos imperativos da procriação, nos oferece uma prova contundente da abertura ilimitada da vida à transformação das condições em que as normas vitais engajam os organismos no processo de individuação. Mais do que isso, evidencia o caráter essencialmente contingente da ligação entre vida, morte e sexualidade. O objetivo deste trabalho é examinar a fecundidade da concepção freudiana de sublimação - lida sob o registro das transformações que a ela se impõem com o advento do conceito de pulsão de morte (1920) - em subsidiar uma reflexão ética e política acerca dos efeitos da incidência das Novas Tecnologias Reprodutivas (NTR's) nos campos da reprodução, da sexualidade e do laço social. Nossa hipótese é a de que o fenômeno das biotecnologias desvela, sob a cobertura do temor, tão frequentemente evocado por alguns de nossos contemporâneos, de dilapidação das instituições e dos modos de vida sobre os quais acreditávamos poder fundar nossa fantasmática "humanidade", a infinita potência da vida em recriar-se diante d'isso que quer destruí-la.


The advent of biotechnologies in the contemporary world, particularly New Reproductive Technologies (NTRs), freeing sexuality from the old imperatives of procreation, offers us overwhelming proof of the unlimited opening up of life to the transformation of conditions in which vital norms engage the organisms in the individuation process. Even more so, it highlights the essentially contingent character of the connection between life, death, and sexuality. The aim of this study is, therefore, to examine the fruitfulness of the Freudian conception of sublimation, read under the register of the transformations imposed upon this notion with the advent of the death drive concept (1920), in subsidizing an ethical and political reflection on the effects of the incidence of NTRs in the reproduction, sexuality and social bond fields. Our hypothesis is that the biotechnologies phenomenon reveals, under the cover of fear, so often evoked by some of our contemporaries, of institutional dilapidation and ways of life in which we believed we could establish our fantastic "humanity", the infinite life's power to recreate itself in the face of that which wants to destroy it.


La llegada de las biotecnologías en el mundo contemporáneo, en particular de las Nuevas Tecnologías Reproductivas (NTR's), liberando la sexualidad de los imperativos de la procreación, nos ofrece una prueba contundente de la abertura ilimitada de la vida a la transformación de las condiciones en que las normas vitales capacitan el organismo a la individuación. Más allá de eso, se evidencia el carácter esencialmente contingente de la ligación entre vida, muerte y sexualidad. El objetivo de este estudio es examinar la fecundidad de la concepción freudiana de sublimación - leída bajo el registro de las transformaciones que a ella se imponen con la llegada del concepto de pulsión de muerte (1920) - en subsidiar una reflexión ética y política acerca de los efectos de la incidencia de las Nuevas Tecnologías Reproductivas (NTR's) en los campos de la reproducción, de la sexualidad y del lazo social. Nuestra hipótesis es que el fenómeno de las biotecnologías desvela, bajo la cobertura del temor, tan frecuentemente evocado por algunos de nuestros contemporáneos, de dilapidación de las instituciones y de los modos de vida sobre los cuales creíamos poder fundar nuestra fantasmática "humanidad", la infinita potencia de la vida en recrearse de ante d'eso que quiere destruirla.

20.
Estud. pesqui. psicol. (Impr.) ; 23(4): 1522-1541, dez. 2023.
Artigo em Português | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1538278

RESUMO

Por meio da formalização lacaniana da teoria dos discursos e do discurso do capitalista, objetivamos localizar os modos de operação presentes na racionalidade neoliberal. Partimos da introdução de uma nova modalidade de laço social, que parece travar as possibilidades de funcionamento do quarto de giro e opera sob o psiquismo aos moldes de uma produção ilimitada, reduzindo o desejo à dimensão da demanda. Esse movimento realiza uma manobra de captura da subjetividade por meio do supereu e passa a se orientar por horizontes forjados pelo neoliberalismo. A empreitada do discurso do capitalista se assemelha a um "crime perfeito", a qual tem como meta o apagamento de qualquer rastro que sirva como uma orientação desejante. Apostamos na inscrição do desejo por meio do ato de escuta como estratégia de localização de representações possíveis. Assim evita-se a consumação de um crime perfeito e trata-se de uma operação com um resto inassimilável pela economia de mercado. É na medida em que esse resto pode ser acolhido por meio de uma escuta que se inscreve a possibilidade de produção não apenas de uma coordenada pautada no desejo bem como de uma estratégia política frente ao ilimitado dos mercados contemporâneos.


Through Lacan's formalization of the theory of discourses and the discourse of the capitalist, we aim to locate the operation modes present in neoliberal rationality. We start from the introduction of a new modality of social bond, which seems to block the working possibilities of a quarter spin and operates under the psyche in the mold of an unlimited production, reducing desire to the dimension of demand. This movement captures the subjectivity through the superego and begins to be guided by horizons forged by neoliberalism. The endeavor of the capitalist discourse resembles the "perfect crime", which has as its goal the erasure of any trace that serves as a desiring orientation. We bet on the inscription of desire through the act of listening as a strategy for locating possible representations. In this way, the consummation of a perfect crime is avoided and it is turns to be about an operation with a leftover that cannot be assimilated by the market economy. It is to the extent that this remainder can be welcomed through listening that the possibility of producing not only a coordinate based on desire, but also a political strategy in the face of the unlimited nature of contemporary markets is inscribed.


Por medio de la formalización lacaniana de la teoría de los discursos y del discurso del capitalista, pretendemos ubicar los modos de operación presentes en la racionalidad neoliberal. Partimos de la introducción de una nueva modalidad de vínculo social, que bloquea las posibilidades de trabajo del rotación y opera bajo el psiquismo en el molde de una producción ilimitada, reduciendo el deseo a la demanda. Este movimiento captura la subjetividad a través del superyó y comienza a guiarse por horizontes forjados por el neoliberalismo. La obra del discurso capitalista se asemeja al "crimen perfecto", que tiene como fin borrar cualquier rastro de orientación deseante. Apostamos por la inscripción del deseo a través del acto de escuchar como estrategia de localización de posibles representaciones. De esta forma se evita la consumación de un delito perfecto y se trata de una operación con un resto que no puede ser asimilado por la economía de mercado. Es en la medida en que este resto puede ser acogido a través de la escucha que se inscribe la posibilidad de producir no sólo una coordenada basada en el deseo, sino también una estrategia política frente a la naturaleza ilimitada de los mercados contemporáneos.

SELEÇÃO DE REFERÊNCIAS
DETALHE DA PESQUISA
...